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NASA se prepara para sonda Solar Parker chegar perto do Sol

Este ano, a sonda Solar Parker fará sua maior aproximação da superfície do Sol. Será o ápice da missão, com o objetivo de estudar a coroa de nossa estrela

4 jan 2024 - 19h03
(atualizado em 5/1/2024 às 12h06)
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Em dezembro de 2024, a NASA levará a sonda Solar Parker a uma distância recorde do Sol: 149 milhões de km, equivalente a 4% da distância entre a Terra e a nossa estrela. A temperatura que a espaçonave enfrentará deve ser de 1.400 ºC, aproximadamente.

Foto: NASA GSFC/CIL/Brian Monroe / Canaltech

A Solar Parker já é uma recordista de aproximações do Sol, mas a NASA deseja ir ainda mais longe. O objetivo desse plano ambicioso é estudar a coroa solar, a camada mais externa da atmosfera da estrela.

Os cientistas ainda não compreendem os processos que tornam a coroa solar tão quente. Ali, a temperatura chega a incríveis 2 milhões de graus Celsius, enquanto a fotosfera (a "superfície" visível do Sol) apresenta apenas cerca de 5.500 °C.

Essas propriedades foram descobertas há cerca de 80 anos, mas ainda não há uma resposta definitiva para esse mistério. Os estudos recentes apontam que os responsáveis pelo aquecimento intenso da coroa são as erupções solares e, principalmente, eventos de micro-reconexões magnéticas.

A estratégia da NASA para aproximar a Solar Parker em dezembro é passar rapidamente pela coroa, fazendo medições do ambiente com um conjunto de instrumentos científicos. O sobrevoo deve ser breve, pois o escudo térmico da nave pode não suportar um período muito prolongado.

A coroa solar é visível durante os eclipses solares totais (com os devidos filtros de proteção para os olhos) (Imagem: Reprodução/NASA)
A coroa solar é visível durante os eclipses solares totais (com os devidos filtros de proteção para os olhos) (Imagem: Reprodução/NASA)
Foto: Canaltech

Por outro lado, o percurso até a distância planejada fará com que essa seja a maior permanência da sonda na coroa solar. A Dr. Nicky Fox, chefe de ciência da NASA, disse que os cientistas não sabem o que encontrarão, mas esperam analisar "ondas no vento solar associadas ao aquecimento [da coroa]".

Outra caracteristica a ser analisada pela Parker é o fluxo de partículas carregadas na coroa solar: elétrons e prótons movendo-se a velocidades de até 400 km/s, muitas vezes em direção ao nosso planeta, causando as famosas tempestades geomagnéticas.

Para o sobrevoo de dezembro, a Parker ainda fará três aproximações e, no dia 6 de novembro, orbitará Vênus para obter uma assistência gravitacional. Após a façanha, a espaçonave não poderá orbitar Vênus outra vez e, portanto, não se aproximará mais do Sol.

Em outras palavras, dezembro será o ápice da Solar Parker, e a NASA planeja fazer isso valer a pena. "Suspeito que detectaremos muitos tipos diferentes de ondas que podem apontar para uma mistura de processos sobre os quais temos discutindo há anos", concluiu Fox.

Fonte: BBC

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